Paul Krugman escreve hoje no NY Times um artigo muito interessante sobre a crise do subprime nos EUA (ignorando as críticas a Greenspan, porque essa é a espuma da cerveja), onde explica que a crise maior desta crise é a “crise de confiança”.
O maior problema da introdução da desregulamentação no mercado é a gulodice dos liberais, que tendem para ir sempre um pouco longe de mais. Krugman compara a confiança nos mercados à confiança no talho, não sabemos a qualidade da carne, confiamos em quem a vende, não sabemos a estabilidade de quem nos faz a hipoteca, confiamos…
A confiança funciona bem até estar abalada, depois é como a virgindade…
Em Portugal temos uma instituição financeira que vive numa crise de confiança profunda: o BCP.
As notícias que vieram a público nos últimos meses são perturbadoras: os administradores têm rendimentos imundos para a realidade nacional (fala-se em 5 milhões de € para o CEO!!!), os altos quadros do banco usam os recursos para viagens particulares e, agora, detectaram-se promiscuidades entre administração e familiares e amigos.
Aqui se lembra que esta instituição cresceu porque transmitia uma imagem de dinâmica aliada a dimensões de credibilidade e rigor que ofereciam confiança a depositantes e investidores. Hoje o BCP é um saco de gatos onde ninguém se entende e onde as lutas de poder ainda que não afastem o pai fundador derretem a imagem da instituição.
A quem interessa a manutenção do status quo no banco, para além de quem usufrui de tais rendimentos e do La Caija?
FG
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